Músico africano, Bai Kamara Jr, quer levar o blues de volta para casa

12/24/2021

11:37:02 AM

Geral

Bai Kamara Jr., filho dos embaixadores da Serra Leoa na Bélgica, cresceu no Reino Unido e vive há 25 anos em Bruxelas. Bai sempre esteve rodeado pela música, com seus tios o apresentando à lendas como Bob Marley, Curtis Mayfield, The Police e Fela Kuti. Aos 15 anos, Bai se mudou para o Reino Unido e conheceu o blues, mas quando decidiu seguir a carreira musical, teve que entrar em negociação com a família, que ele define em tom bem humorado como “concordamos em fazer um período de teste, que está em andamento até hoje”. Por volta de seus 24 anos, nos anos 90, Bai se mudou para Bruxelas e se declarou cidadão do mundo, passando 15 anos sem voltar para Serra Leoa. OKayAfrica descreve seu primeiro álbum como claras experimentações com soul, jazz e ritmos latinos. Bai esteve no lendário La Bellevilloise, em Paris, e observou que esteve em contato com o delta blues, os sons da América do Sul e com o desert blues, do Saara, mas não teve contato com nenhum ritmo da sua região. Então, na última década, decidiu se aprofundar na história do blues e em suas raízes com a África Ocidental.O resultado de seus estudos foi o álbum Salone (nome afetivo de Serra Leoa), lançado no início de 2020, cujo objetivo era falar com o público de língua inglesa a respeito da sua hereditariedade da África Ocidental. O álbum foi surpreendentemente bem recebido nos Estados Unidos e foi indicado ao Blue Blast Awards como Melhor Álbum Acústico de Blues. Bai foi o único não-americano indicado ao prêmio.Bai se autodeclara um cantor protestante e dedica parte de sua politização à sua mãe, diplomata que viajou o mundo e lutou pelo direito das mulheres de sua geração e da próxima. Suas letras também são bastante políticas e falam, por exemplo, do período em que esteve afastado de sua terra natal.Embora reconheça as cicatrizes de seu país em decorrência da guerra, Bai se concentra principalmente na resiliência e na hospitalidade de Serra Leoa. O músico espera que seu álbum apresente o blues a uma nova geração que se inspire para criar o som de Salone único usando a música tradicional de forma moderna. Ele também quer encorajar jovens a aprender a tocar instrumentos musicais ao invés de se apoiar somente em sons produzidos em estúdio.

Fonte: todosnegrosdomundo.com.br


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